Qual a melhor matriz energética?

Inúmeras vezes somos indagados sobre essa questão. Afinal de contas qual a melhor matriz energética? Para qual lado o Brasil deveria pender? E a partir dessa pergunta discussões acaloradas são travadas e todas as respostas possuem algum tipo de embasamento.

Um país com as riquezas naturais e o clima que o Brasil possui, torna essa resposta um grande debate. Pode-se defender a matriz hidráulica pela quantidade de rios que o país possui e pela baixa poluição atmosférica causada pela sua operação, mas se pode criticá-la pelos impactos de sua implantação. Pode-se elogiar as matrizes eólica e solar pela sua sustentabilidade ambiental, mas pode-se criticá-las pelas sua inconstância, por não serem uma chamada energia firme. Também as térmicas podem ser elogiadas pelas novas tecnologias desenvolvidas, por serem “firmes” e por serem um uso nobre para o gás (especialmente o associado, que precisa ser retirado para que o petróleo possa extraído), mas podem ser criticadas pelas emissões atmosféricas. Pode-se até mesmo elogiar a matriz nuclear pelo seu baixo grau de emissões (vide os números da Alemanha que possui essa como sua principal matriz), mas criticá-las pelas possibilidades de graves acidentes!

Enfim, como demonstrado, existem argumentos muito positivos e outros negativos para cada uma das matrizes. E isso que no presente artigo, até pela natureza do mesmo, ficamos na superficialidade dos argumentos inerentes a cada uma das modalidades. Mas o objetivo do presente texto não é o de avaliar cada uma das possibilidades e eleger uma campeã e uma vilã, mas é justamente dizer que essa discussão por si só é vazia e, arrisco a dizer, que é também inócua.

Isso porque sem um planejamento energético adequado, sem uma política de médio e longo prazo para o setor como um todo, acabaremos sempre “aceitando” novos projetos, ainda que os mesmos sejam de uma matriz que não seja a prioritária para o governo ou que não reúna as melhores condições socioambientais.

O Brasil precisa de uma política que termine com o déficit atual para assim poder pensar o futuro. Não podemos prever as chuvas, o vento, o sol a quantidade de gás natural, mas devemos trabalhar para termos um bom futuro, um futuro confiável. Nas palavras de Peter Drucker “a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo”.

Por Marcos André Bruxel Saes

Publicado em: 14/11/2017

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