Como noticiado ainda hoje na mídia, estima-se que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte começará a distribuir energia no mês de dezembro.
Com 2.087 quilômetros de extensão distribuídos em 65 municípios de quatro Estados – Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais -, a linha de transmissão vai distribuir a energia gerada por Belo Monte e ajudar a reduzir a pressão sobre grandes reservatórios do país, hoje sujeitos ao pior cenário hídrico da história.
O acionamento da rede, contudo, depende ainda do aval do IBAMA, responsável pela emissão da Licença de Operação da malha. Trata-se da reta final de uma batalha de anos, marcada por atrasos e debates ferrenhos.
Além de despertar contendas acirradas Brasil afora, a usina motivou, sozinha, mais de duas dezenas de ações judiciais, em sua maioria ações civis públicas movidas pelo Ministério Público Federal, contestando desde a adequação das licenças ambientais concedidas pelo IBAMA em favor do empreendimento à necessidade de pagamento de indenizações para as populações indígenas da área e remoção de famílias devido à inundação dos terrenos lindeiros ao projeto. Foram diversas idas e vindas, com embargos e suspensões de licença.
Apesar das controvérsias, salientadas pelo significativo porte do empreendimento implantado em meio à mata do Estado do Pará, o projeto chega, enfim, à sua etapa final, em oportuno momento para o setor energético brasileiro.
O esperado início da distribuição da energia de Belo Monte traz, por certo, um fôlego ao país. Não se pode, no entanto, olvidar a necessidade de melhor planejamento no setor, para que, além de não faltar, a geração de energia não demande tantos conflitos.
Por Beatriz Campos Kowalski
Publicado em: 13/11/2017
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