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20/09/2021Não é de hoje a preocupação relacionada às implicações das atividades sobre o meio ambiente. A luta contra os efeitos das mudanças climáticas é um dos temas mais relevantes a respeito. E não é diferente para o setor portuário.
A agência especializada da Organização das Nações Unidas responsável pela regulamentação do transporte marítimo, a International Maritime Organization (IMO), está atenta aos objetivos de combate desses efeitos e, assim, traçou metas para a redução de emissões.
Foi assim que em abril de 2018 a IMO adotou a “estratégia inicial” para a redução de emissões de gases de efeito estufa de navios, comprometendo-se a diminuir a intensidade de carbono no transporte marítimo (quantidade de carbono emitida para cada tonelada de carga transportada em uma certa distância) em 40% até 2030 e em 70% até 2050, tendo como base os níveis de 2008.
De fato, o compromisso é relevante e consonante com a sinalização mundial pela adoção de medidas concretas que reduzam os efeitos das mudanças climáticas. Em sua 3ª edição, o estudo dos gases de efeito estufa realizado pela IMO demonstrou que o transporte marítimo emite cerca de 940 milhões de toneladas de CO2 anualmente, portanto, algo em torno de 2,5% das emissões de GHG1.
Os objetivos trazem desafios. Descarbonizar o setor envolverá mudanças para todos os atores envolvidos e dependerá da propulsão tecnológica e da busca por combustíveis limpos que auxiliem no cumprimento das metas traçadas. Nessa linha, o estudo de alternativas tecnológicas para o licenciamento das atividades marítimas poderá ganhar grande protagonismo no processo de autorização.
Por outro lado, os desafios podem servir como o impulso necessário para o crescimento da indústria naval que, a partir de agora, deve investir na construção e na modernização de embarcações e sistemas ajustados às normas da IMO. Uma dessas normas diz respeito à adoção pelas embarcações do Índice de Eficiência Energética para Navios Existentes (EEXI) e do Indicador de Intensidade de Carbono (CII), que auxiliarão na análise da redução de emissões.
Independentemente das dificuldades atreladas à descarbonização no transporte marítimo, as medidas vieram para ficar e adaptar-se será necessário para garantir um lugar no mercado.
Publicado em: 20/09/2021
Por: Ana Paula Muhammad