O setor de construção é um dos maiores da economia mundial, com cerca de $10 trilhões de dólares gastos em bens e serviços todos os anos.¹ Sem embargo, não é preciso uma análise aprofundada para inferir que as construções envolvem processos que invariavelmente geram impactos diretos e indiretos sobre o meio ambiente.
Nesse sentido, de acordo com uma reportagem realizada pela Brink News em maio de 2021, o setor de construção civil gera hoje 30% do total de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) anualmente. Além disso, consome aproximadamente 32% dos recursos naturais do mundo. Este consumo decorre da utilização de pedras brutas, cascalho, areia, madeira virgem, entre outros materiais. As emissões dos GEEs, por sua vez, estão relacionadas ao uso de energia e aos processos que decorrem de ações nos canteiros de obras, transporte e fabricação de materiais para construção.
Destaca-se que as construções podem gerar efeitos nocivos também para a biodiversidade, especialmente quando consideramos a poluição sonora e luminosa, que impactam a vida selvagem e perturbam os ciclos naturais do dia. Além disso, há também os efeitos de longo prazo decorrentes da poluição do ar, da água e as ocasionais fragmentações de população.
A indústria da construção civil provoca ainda outro impacto ambiental bastante expressivo: a geração de resíduos. Os resíduos que podem ser produzidos durante os processos de demolição e construção incluem normalmente concreto, aço, alumínio, placas de gesso, tijolos, telhas, plástico e vidro. A quantidade de resíduos gerados é ainda maior quando a construção do empreendimento conta com soluções rápidas e baratas que precisam ser substituídas de tempos em tempos.
Dessa forma, a representatividade do setor da construção civil na economia faz com que tenhamos que refletir sobre o seu papel na preservação do meio ambiente, principalmente sobre a escassez dos recursos naturais e as tendências de consumo não sustentáveis. Por isso é importante que esses projetos, desde a fase de planejamento, já estabeleçam ações e planos de gestão ambiental que os compatibilizem com as necessidades socioambientais da região em que vierem a ser instalados. .
A ideia é que um planejamento adequado possa minimizar os impactos ambientais negativos e potencializar os positivos. Especificamente na geração de resíduos, um plano de gestão ambiental pode assegurar o uso e uma armazenagem mais eficiente dos recursos naturais, minimizando a produção de resíduos, aumentando as taxas de reciclagem e reduzindo as taxas de descarte. Além disso, o investimento em tecnologias sustentáveis como energia solar ou materiais duráveis, previstos em um planejamento, ajudam a reduzir o desperdício e otimizar o uso de energia, além de garantir um futuro mais sustentável para qualquer empreendimento.
¹ Dados disponíveis em: https://www.mckinsey.com/~/media/McKinsey/Business%20Functions/Operations/Our%20Insights/Reinventing%20construction%20through%20a%20productivity%20revolution/MGI-Reinventing-Construction-In-Brief.pdf
Publicado dia: 29/11/2021
Por: Isabela Pedrini
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