Conforme retratado nos últimos artigos da “Semana ESG do Saes Advogados”, a sigla ESG (Environmental, Social, Governance) é uma filosofia que deve ser avaliada categoricamente pela empresa que possui interesse em apresentar-se ao mercado como uma empresa cujo processo de decisão vai além da preocupação com o lucro a curto prazo.
Para uma empresa ser ESG precisa estar atenta aos critérios de enquadramento às boas práticas empresariais.
Inicialmente, como já mencionado, a empresa precisa identificar a estratégia correta que reflita o cenário macro e micro da realidade da empresa. Escolher a régua pela qual o sucesso do programa ESG de uma empresa vai ser medido é a etapa mais importante.
Definida a estratégia, deve-se identificar os stakeholders envolvidos, que podem ser organizações ou indivíduos com risco de serem significativamente afetados pelas atividades, produtos ou serviços da organização, ou cujas ações podem afetar a capacidade da organização de implementar suas estratégias e atingir seus objetivos. A título de exemplo, podemos mencionar os empregados, sócios, fornecedores, clientes, grupos vulneráveis, etc.
Outro ponto que merece atenção é o fato de que nem todo tópico ESG será importante para toda companhia. Diante disso, é imprescindível a seleção dos tópicos que são importantes por refletirem os impactos econômicos, ambientais e sociais da organização ou que até mesmo influenciam as decisões dos stakeholders.
Estabelecidas as métricas para cada empresa, chega o momento de determinar procedimentos internos, por exemplo, definir se haverá um órgão específico na empresa para tratar de ESG ou se essa decisão ficará a cargo da própria administração, estabelecer procedimentos internos para identificar riscos ESG e criar sistemas de coleta de dados ESG de boa qualidade para ser apresentado a eventuais auditorias externas.
Eleitas as métricas e implementados os procedimentos, a empresa deve transformar sua cultura implementando mudanças pertinentes ao objetivo estabelecido.
Ainda que haja um setor específico ESG, a mudança cultural deve abranger todos os setores, sendo de suma importância a multidisciplinaridade na implementação das práticas ESG na companhia.
Implementada a prática ESG, chega a hora de elaborar o Relatório ESG, momento em que a empresa deve estabelecer sua narrativa perante o mercado, apresentando suas métricas desde a origem aos resultados presentes e apresentando seus objetivos e compromisso de melhora para o futuro.
As métricas contidas no Relatório ESG devem ser apresentadas e contextualizadas em tom explicativo e em documento de fácil entendimento.
Por fim, após o amadurecimento da implementação das medidas ESG, a empresa pode buscar certificações externas, devendo atentar-se ao momento certo para tanto. Até a certeza deste momento, a publicação anual dos Relatórios ESG e a divulgação da marca vinculada ao interesse representam grande avanço aos olhos do mercado.
Por: Marcos Saes e Nathalye Libanio
Publicado em: 26/08/2021
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